A Inspiração do Botafogo na Gestão do Lyon por John Textor
Em uma entrevista ao “RMC Sport”, John Textor, empresário americano, utilizou o Botafogo como um exemplo inspirador para o Lyon. Ele destacou a recuperação do clube carioca desde sua transformação em SAF.
– Estou na França há dois anos e ainda não me aprofundei nas dinâmicas do futebol local. Não tenho muito contato com as autoridades ou outros presidentes. Meu foco tem sido aprender e observar. Existem muitos aspectos políticos e questões que ocorrem nos bastidores, não são sempre agradáveis. Posso compartilhar algumas ideias futuras, mas ainda estou em fase de aprendizado. Pretendo abordar conceitos gerais que possam ser aplicados aqui. Nossa visão com o Eagle Football é que a comunidade ao redor do clube de futebol deve ser valorizada mais do que o próprio clube, tanto em espírito quanto financeiramente. Sei que alguns torcedores do Lyon não apreciam quando menciono o Botafogo. Não trago isso à tona apenas por amor ao clube, mas porque considero um exemplo do que poderíamos desenvolver na França – comentou John Textor.
– Precisamos explorar a conexão entre o clube e sua comunidade, como fizemos no Botafogo, onde aumentamos a receita de US$ 20 milhões para US$ 120 milhões em apenas dois anos e meio, sem vender nenhum jogador. Adotamos um novo modelo de associação. Os ingressos para o estádio são quase gratuitos, permitindo que as pessoas se tornem membros da comunidade com uma pequena contribuição. Com isso, elas têm acesso não só aos jogos, mas também a eventos como shows. Com ingressos acessíveis, certamente conseguiremos lotar o estádio. Essa é a imagem que quero transmitir ao mundo. Tive um estádio olímpico quase vazio. Se desejo que meu clube ganhe visibilidade global, como alguém pode acreditar que temos um time competitivo se vê um estádio vazio na televisão? Um estádio deserto é um péssimo sinal. Para expandir nossa marca de uma identidade brasileira para uma presença global, reduzimos o preço dos ingressos e lotamos o estádio. Além disso, assumi mais responsabilidades em relação a camisas, direitos de TV, patrocínios e publicidade. Nossas receitas aumentaram seis vezes, e talvez eu possa replicar isso no futebol – acrescentou.
O acionista da SAF do Botafogo criticou as dificuldades enfrentadas pelo Lyon devido à burocracia local e expressou sua insatisfação com o modelo de negócios da rede global de clubes que precisa da aprovação das autoridades francesas.