O Botafogo apresentou uma melhoria em relação a jogos anteriores durante o clássico contra o Flamengo, mesmo com a derrota de 1 a 0. Contudo, segundo a comentarista Jéssica Cescon, a equipe está se distanciando de suas características essenciais.
– O Botafogo demonstrou mais atitude, especialmente com a inclusão de Danilo Barbosa na defesa, que foi crucial. Essa mudança contribuiu para um equilíbrio maior na partida. O Botafogo estava mais preparado para enfrentar o Flamengo, ao contrário do que aconteceu na Supercopa, onde chegou despreparado para lidar com a movimentação do time adversário, como a atuação de Gonzalo, Gerson e Bruno Henrique. Na Supercopa, o Botafogo teve dificuldades em acompanhar as investidas de Wesley pela direita. Neste jogo, a equipe mostrou um nível de preparação superior – detalhou.
– No entanto, percebo que em mais uma partida, o Botafogo não consegue mais manter o ritmo nem realizar as associações que o tornaram a melhor equipe do Brasil no ano passado. Mesmo com elencos diferentes em 2023 e 2024, isso merece uma atenção maior do Botafogo do que a questão do sucesso no Campeonato Estadual – refletiu Jéssica Cescon.
A comentarista também expressou surpresa pela ausência de John Textor no início da temporada, pedindo mais comprometimento com o clube.
– Concordo que se deve deixar o Estadual em segundo plano pensando na temporada como um todo. O Botafogo deveria utilizar esse tempo para planejar seu elenco, contratar um treinador e aprimorar seu estilo de jogo. Porém, isso não tem sido feito. Onde está o proprietário do Botafogo neste momento? Ele precisa estar presente, planejando o futuro do clube. Se o Botafogo não está focado no Estadual, tudo bem, mas está perdendo sua identidade, que levou tanto tempo para ser construída nos últimos dois anos. Isso é o que torna o Botafogo especial. Foi essa identidade que levou o clube a conquistar o Brasileirão e a Libertadores. O Botafogo soube definir um estilo de jogo, buscar as peças certas no mercado e encontrar um treinador alinhado com essa nova filosofia. No entanto, isso está se dissipando. Vejo que o início do ano representa um Botafogo que está perdendo sua essência. Resgatar isso será difícil no futuro. O novo treinador pode trazer uma abordagem diferente, mas, se o Botafogo já conseguiu estabelecer uma identidade única, deveria cuidar disso. Infelizmente, isso não está acontecendo. O planejamento deficiente neste início de ano revela que o clube está deixando escorregar algo que construiu no ano passado – concluiu.