A janela de transferências do Botafogo tem sido intensa, marcada por muitas chegadas e saídas, além de um investimento que já soma aproximadamente R$ 500 milhões. Com a reta final da primeira janela de 2025 se aproximando, mais do que os valores envolvidos, torna-se fundamental entender os movimentos estratégicos adotados pelo clube no mercado.
Rejuvenescimento do elenco
A SAF iniciou um processo de redução da média de idade do elenco. Até o momento, nove jogadores acima dos 30 anos deixaram o clube, enquanto o mesmo número de atletas com menos de 30 anos foi contratado.
Entre os que saíram abaixo dessa faixa etária, estão jovens sem espaço no time, além de Almada e Luiz Henrique, que já estavam no radar do mercado, e Adryelson, cujo empréstimo foi uma solução temporária após o Botafogo não conseguir fechar com Jair na última janela de 2024.
Além de rejuvenescer o plantel, essa reformulação também otimiza a folha salarial, ajustando os vencimentos de acordo com a relevância de cada jogador no elenco. Exemplos como Eduardo, Marçal e Tchê Tchê, que chegaram no primeiro ano da SAF com status de titulares, mas encerraram a última temporada com menor minutagem, ilustram esse ajuste.
Novos perfis de contratação
Com essa transição planejada, o Botafogo passou a focar em dois tipos específicos de jogadores:
• Jovens com potencial de valorização – Exemplo de Jair e Nathan Fernandes, que chegam não como soluções imediatas, mas como apostas com alto potencial de mercado. Apesar de críticas sobre Jair não ter jogado uma Série A, ele já despertava o interesse de clubes europeus.
• Jogadores no auge técnico e físico – Há um consenso de que o período de maior rendimento de um atleta ocorre entre os 25 e 29 anos. O Botafogo apostou pesado nessa faixa etária com as contratações de Wendel, Artur e Santi, atletas sem grande perspectiva de revenda, mas que podem oferecer sua melhor versão ao clube por um período significativo. Esse movimento reforça o poder de investimento da SAF e representa uma mudança em relação às primeiras janelas, que eram mais focadas em veteranos em fim de contrato.
Investimento e fluxo financeiro
Ao analisar as movimentações do Botafogo no mercado, fica mais claro o direcionamento do investimento em cada perfil de contratação:
• Saídas – As primeiras janelas da SAF resultaram em um elenco com poucos jogadores de revenda, e muitos veteranos saíram ao fim de seus contratos. Houve retorno financeiro em quatro atletas: Luiz Henrique, Júnior Santos, Tiquinho* e Carlos Alberto, totalizando cerca de R$ 280 milhões
(*Tiquinho foi envolvido na compra de Jair, sendo avaliado em R$ 18 milhões)
• Chegadas – O investimento total da SAF nesta janela foi distribuído da seguinte forma:
• 55% (R$ 270 milhões) destinados a jogadores no auge técnico e físico, como Wendel, Santi e Artur.
• 45% (R$ 210 milhões) investidos em jovens com potencial de valorização, como Jair, Nathan Fernandes, David Ricardo e Rwan.
Ajustes e próximas movimentações
Ao iniciar um novo ciclo de reformulação do elenco, é natural que o processo não seja concluído em uma única janela. A SAF trabalha dentro de um planejamento que envolve três períodos estratégicos ao longo do ano: janeiro/fevereiro, a janela extra do Mundial de Clubes e julho/agosto.
Ainda há lacunas a serem preenchidas, especialmente na ponta direita, que deve ser o foco nesta reta final de mercado ou em janelas futuras. Além disso, alguns setores indicavam excesso de jogadores e necessidade de cortes, como nos casos de Rafael, Marçal e Hugo. No meio-campo, o clube também pode avaliar a chegada de um meia para suprir a saída de Óscar Romero, e, segundo informações recentes, já houve contato com Jesús Medina. Essa necessidade pode ser reforçada devido à chegada de Wendel na janela do Mundial de Clubes.
Comparação entre os elencos de 2024.1 x 2025.1
Com uma semana restante para o fim da primeira janela de transferências – e com mais duas oportunidades de ajustes ao longo do ano –, é possível comparar o elenco que liderou o Brasileirão no primeiro turno e garantiu classificação para as oitavas da Libertadores com o time que está sendo montado para 2025.
Uma mudança importante nesta temporada é a abertura da janela extra para o Mundial de Clubes, permitindo que novos reforços estejam disponíveis já no fim de maio, ao contrário de anos anteriores, quando chegavam apenas no meio de julho.
Com a reta final da janela se aproximando, a SAF tem como padrão explorar oportunidades de mercado. Vamos ficar olho.
